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João Ferreira de Almeida 1819 (ortografia atualizada)/Mateus/VII

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  1. NÃO julgueis, para que não sejais julgados
  2. Porque com o juízo que julgardes, sereis julgados; e com a medida que medirdes, vos tornarão a medir.
  3. E porque atentas tu para o argueiro que está no olho de teu irmão, e não enxergas a trave que em teu olho está?
  4. Ou como dirás tu a teu irmão: deixa-me tirar de teu olho o argueiro; e eis aqui uma trave em teu olho?
  5. Hipócrita, tira primeiro a trave de teu olho, e então atentarás em tirar o argueiro do olho de teu irmão.
  6. Não deis as coisas santas aos cães, nem lanceis vossas pérolas diante dos porcos, para que porventura com seus pés as não pisem, e virando-se, vos despedacem.
  7. Pedi, e dar-vos-ão; buscai, e achareis; batei, e abrir-vos-ão.
  8. Porque qualquer que pede, recebe; e o que busca, acha; e ao que bate, se lhe abre.
  9. E qual de vós é o homem, que, pedindo-lhe seu filho pão, lhe dará uma pedra?
  10. E pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?
  11. Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos; quanto mais dará vosso Pai, que está nos céus, bens aos que lhos pedirem.
  12. Portanto tudo o que vós quiserdes que os homens vos façam, fazei-lho vós também assim; porque esta é a Lei, e os Profetas.
  13. Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho, que leva à perdição; e muitos são os que por ele entram.
  14. Porque estreita é a porta, e apertado o caminho, que leva à vida; e poucos há que o acham.
  15. Porém guardai-vos dos falsos Profetas, que vêm a vós outros com vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores.
  16. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
  17. Assim toda boa árvore dá bons frutos; mas a má arvore dá maus frutos.
  18. Não pode a boa árvore dar maus frutos; nem a má árvore dar bons frutos.
  19. Toda árvore não dá bom fruto se corta, e se lança no fogo.
  20. Assim que por seus frutos os conhecereis.
  21. Não qualquer que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus; mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
  22. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? e em teu nome lançamos fora os Demônios? e em teu nome fizemos muitas maravilhas?
  23. E então claramente lhes direi: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, obradores de maldade.
  24. Portanto qualquer que me ouve estas palavras, e as faz, compará-lo-ei ao varão prudente, que edificou sua casa sobre penha.
  25. E desceu a chuva, e vieram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava fundada sobre penha.
  26. Mas qualquer que me ouve estas palavras, e não as faz, compará-lo-ei ao varão parvo[1], que edificou sua casa sobre areia.
  27. E desceu a chuva, e vieram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande sua caída
  28. E aconteceu que, acabando Jesus estas palavras, pasmaram-se as companhias de sua doutrina.
  29. Porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os Escribas.

Notas

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  1. parvo — Definição: tolo