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João Ferreira de Almeida 1819 (ortografia atualizada)/Mateus/XVII

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  1. E DEPOIS de seis dias tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João seu irmão, e levou-os a um monte alto à parte.
  2. E transfigurou-se diante deles; e resplandeceu seu rosto como o sol, e seus vestidos se fizeram brancos como a luz.
  3. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
  4. E respondendo Pedro, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos nós aqui; se queres, façamos aqui três cabanas, para ti uma, e para Moisés uma, e uma para Elias.
  5. Estando ele ainda falando, eis que uma nuvem resplandecente os cobriu com uma sombra. E eis uma voz da nuvem, que disse: Este é o meu amado filho, em quem me agrado; a ele ouvi.
  6. E ouvindo os discípulos isto, caíram sobre seus rostos, e temeram em grande maneira.
  7. E chegando-se Jesus a eles, tocou-os, e disse: Levantai-vos, e não temais.
  8. E levantando eles seus olhos, a ninguém viram, senão só a Jesus.
  9. E como desceram[1] do monte, mandou-lhes Jesus, dizendo: A ninguém digais a visão, até que o Filho do homem não seja ressuscitado dos mortos.
  10. E perguntaram-lhe seus discípulos, dizendo: Por que dizem logo os escribas, que é necessário, que Elias venha primeiro?
  11. E respondendo Jesus, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas.
  12. Mas digo-vos, que já veio Elias, e não o conheceram; antes fizeram dele tudo o que quiseram. Assim padecerá também deles o Filho do homem.
  13. Então entenderam os discípulos, que lhes dissera isto de João Batista.
  14. E como chegaram à companhia, veio um homem a ele, pondo-se de joelhos diante dele, e dizendo:
  15. Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é aluado, e padece muito mal; porque muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água.
  16. E trouxe-o a teus discípulos, e não o puderam curar.
  17. E respondendo Jesus, disse: Ó geração incrédula, e perversa! até quando hei de estar convosco? até quando ainda vos hei de sofrer? Trazei-mo aqui.
  18. E repreendeu-o Jesus, e saiu o demônio dele, e sarou o menino desde aquela hora.
  19. Chegando-se então os discípulos a Jesus à parte, disseram: Por que o não pudemos nós lançar fora?
  20. E Jesus lhes disse: Por vossa incredulidade: porque em verdade vos digo, que se tivésseis tanta fé como um grão de mostarda, a este monte diríeis: Passa-te daqui para acolá, e passar-se-ia; e nada vos seria impossível.
  21. Mas este gênero não sai, senão por oração e jejum.
  22. E andando eles em Galileia, disse-lhe Jesus: O Filho do homem será entregue em mãos dos homens.
  23. E matá-lo-ão, e ao terceiro dia se ressuscitará. E eles se entristeceram em grande maneira.
  24. E como entraram em Cafarnaum, vieram a Pedro os que cobravam as didracmas, e disseram: não paga vosso mestre as didracmas?
  25. Disse ele: Sim. E entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? de quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? de seus filhos; ou dos alheios?
  26. Pedro lhe disse: dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo livres são os filhos.[2]
  27. Mas para que os não escandalizemos, vai ao mar, e lança o anzol, e o primeiro peixe que subir, toma-o, e abrindo-lhe a boca, acharás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti.

Notas

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  1. desceram — Na tradução de Almeida, descenderam
  2. Na versão de 1819, consta um sinal de interrogação.