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Lei Municipal de Dourado 865 de 1997

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Dispõe sobre a instituição do Hino do Município de Dourado.

Dr. Ídio Carli, prefeito municipal de Dourado, no uso de suas atribuições legais, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte lei:

Art. 1º

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Fica instituído o "Hino do Município de Dourado", um de seus insignes símbolos.

Poesia: Miltes Bueno Galassi
Música e Adaptação: Rodrigo Tadeu Belloti da Costa
Arranjos: Rodrigo Costa
Vocais: Beto Santos, Cidinha Costa e Rodrigo Costa

Parágrafo único. A letra do hino, assim se compõe:

Quando em tempos distantes,
Em que os bravos Bandeirantes
Desvendavam os sertões...
Buscavam pedras preciosas.
Atrás de si uma clareira
Abertura na trilha aventureira,
Princípio de civilização:
Solicitar choupanas levantadas,
Aos poucos eram habitadas
Surgindo a população!
Refrão
Se a vida e um régio presente,
Que o Senhor tão generosamente
Conceda a todos os filhos seus
Nossa querida Dourado,
Nascer no teu solo amado,
Privilégio dado por Deus!
Sem sentir foi crescendo...
O povo então foi requerendo
De um padroeiro a proteção:
Veio São João Batista dos Dourados
Mas o vizinho Bebedouro
Instava para si o logradouro
Foi lá que no início se instalou
Pois o santo, conforme diz a lenda
Por conta decide essa contenda.
Então padroeiro se tornou!
Refrão
Assim a cidade que cresceu
E tantas belezas recebeu,
Até ferrovia que partiu...
Agora a lembrança permanece
Chegando o fim da jornada,
E a nossa missão já termina
Enfim a hora de partir...
Deus conceda repouso neste abrigo
No chão amado tão amigo
Para sempre o seu calor sentir.
Refrão

Art. 2º

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O Hino de que se trata o artigo anterior, tem a seguinte interpretação:

§ 1º. – Quando em tempos distantes: traduz a memória retroativa dos douradenses, passada aos descendentes e transmitida a geração do presente.

§ 2º. – Em que os bravos bandeirantes: há a alusão pejorativa do povo, aos indômitos paulistas que venciam os perigos, conquistando a soberania das matas.

§ 3º. – Desvendam os serões: refere-se ao espírito desbravador dos bandeirantes, em busca de riquezas no afã do descobrimento das terras ainda desconhecidas dos homens.

§ 4º. – Buscavam pedras preciosas: revela à meta principal da ação das bandeiras que, intrepidamente, enfrentava as vicissitudes a ameaça dos perigos existentes no interior da mata, em busca das pedras preciosas, as famosas esmeraldas, verde esperança a iluminar os seus rudes corações.

§ 5º. – Atrás de si uma clareira: alude ao ponto referencial onde os pioneiros fincavam os seus estandartes de posse, demarcando os limites da área de distância percorrida, uma espécie de bússola de orientação, de localização.

§ 6º. – Aberta na trilha aventureira: era o caminho que criava em meio a mata densa na busca de um local perfeito em que se pudesse montar um posto avançado de visualização que pudesse controlar todo o território adjacente toda a extensão ao derredor e, por isso, por se situar no alto de uma colina, foi escolhido uma gleba de terra tão bela, tão majestosa, impregnada da fragrância das mais perfumadas flores silvestres e do canto mavioso dos pássaros de rica e variadas plumagens encantam a alma daqueles bravos heróis que a ela se renderam, iluminada pelo sol da Divida Providência, que hoje e sempre a abençoada terra de Dourado!

§ 7º. – Princípio de civilização: prosseguindo na jornada, os bandeirantes iam deixando a sua retaguarda sinais de sua passagem, induzindo a aproximação dos primeiros ocupantes, os caboclos que também se aventuram pelo sertão.

§ 8º. – Solicitarias choupanas, levantadas: eram abrigos que se erguiam a passagem dos desbravadores, forçados pelos agregados que empunha as comitivas e pelos guias quando os antecedia, no adentrar das florestas.

§ 9º. – Aos poucos eram habitadas: os cablocos iam se arranjando nas primitivas choupanas, erguidas e juntadas apegadas uma das outras a guiza de um improvisado povoado, propiciando a eles uma aproximação.

§ 10 – Surgindo a população: assim, a presença humana, deu a aldeia a que se formava a feição de uns pequenos aglomerados, as características de uma cidade em expansão!

§ 11 – Se a vida é um régio presente: personifica a conscientização da dádiva Divina. O presente da vida dom inigualável que só o Senhor, soberano do céu e da Terra, pode conceder.

§ 12 – Que o Senhor tão generosamente: reverencia a magnanimidade e a condescendência que o amor de Cristo prodigaliza.

§ 13 – Concede a todos os filhos: Destaca a imparcialidade e a justiça Divina, no conceder a mesma graça meritória na igualdade dos seres humanos, feitos a sua imagem!

§ 14 – Nossa querida Dourado: Expressão máxima de carinho do sentido de propriedade e integração absoluta, na identidade natal, no orgulho incontido dos douradenses em relação a sua terra!

§ 15 – Nascer no teu solo amado: ato de louvor de regozijo, chamado no peito a suprema ventura de seu filho deste chão!

§ 16 – Privilégio dado por Deus: reconhecimento da incomensurável doação Divina do Criador de todo o Universo concedendo-nos a todos os douradenses, o prêmio e a bênção de haver nascido aqui e de ter berço, a terra santa, que Ele nos reservou!

§ 17 – Sem sentir foi crescendo: sem que os seus habitantes se dessem conta, o povoado se estendeu, evoluiu, principiou a se fazer presente...

§ 18 – O povo, então, foi requerendo: a população inteirada da quantidade evolutiva do aumento das pessoas da fixação dos moradores houve por bem e de direito fazer valer as suas reivindicações religiosas.

§ 19 – De um padroeiro a proteção: o Brasil na sua ausência como um país de tradição cristã não dispensa o seu povo as bênçãos e o protecionismo de um santo de sua devoção.

§ 20 – Vejo São João Batistas dos Dourados: São João Batista, o precursor que veio em premissa anunciando a vinda do Messias, foi escolhido como protetor prenunciando uma aurora de paz a população que se formava e numa identificação ao rio volumoso e rico que banhava os seus lim, ites, e na fertilid, ade dos peixes que abrigava em seu leito, e numa es, p, écime em pa, , r, ticular por ostentar nas escamas brilhantes, o dourado cintilante de ouro, juntou-se com o fato de identificação, elegendo a origem do Santo!

§ 21 – Mas o vizinho Bebedouro: refere-se a rivalidade existente entre os dois povoados disputando a posse da imagem.

§ 22 – Instava para si o logradouro: se atento para a resistência dos outros sertanejos como os daqui, tentando conservar o Santo.

§ 23 – Foi la que no início se instalou: alegavam que a imagem pertencera antes ao povoado do Bebedouro, exigindo sua permanência.

§ 24 – Pois o Santo, conforme diz a lenda: São João Batista era apontado como o mais polêmico dos apóstolos de Jesus, absoluto nas decisões.

§ 25 – Por conta, decide essa contenda: justificando a fama, São João Batista resolve o impasse criado pela intransigência, segundo o relato dos moradores da época, e toma posse de sua paróquia, fato num explicado, mas justificado e aceito pelo povo.

§ 26 – Então padroeiro se tornou: enfim, resolvida a questão, os dois lugarejos irmanados como verdadeiros cristãos se uniram para louvar o padroeiro São João Batista nos festejos e na profissão de fé, conseguindo aqui o primeiro milagre de unir povos irmão, conseguindo aqui o primeiro milagre de unir povos irmãos.

§ 27 – Assim a cidade que cresceu: no ano de 1891, no mês de abril, o Governo Republicano criava o Distrito de Paz de Dourado e as autoridades eclesiásticas fixaram aqui em definitivo a residência da imagem de São João Batista, em 19 de maio de 1897, pela lei 502 do Governo Estadual tornou-se Município de Dourado.

§ 28 – E tantas belezas recebeu: relembra o enaltecimento dos atrativos naturais da cidade, acrescido dos que a mão humana criou.

§ 29 – Ate a Ferrovia que partiu: aqui então se concentra toda magoa recalcada no peito do povo de Dourado, quando juntamente com os trilho da estrada de ferro, também paga e o tempo não consegue aplacar.

§ 30 – Agora a lembrança permanece: o tributo da saudade de todos os douradenses que, na sua maioria tal como eu, são filhos de ferroviários.

§ 31 – Chegando o fim da jornada: a constatação de que inesperada, mas certa nossa caminhada, um dia tem um final.

§ 32 – E a nossa missão já terminada: cientes estamos convictos que a nossa passagem terrena, já um dia se cumprira!

§ 33 – Enfim a hora de partir: no instante final, o resgate de nossa vida o momento de desatar os laços da existência.

§ 34 – Deus conceda repouso nesse abrigo: rogamos ao Senhor, além de todos os benefícios recebidos durante toda a nossa vida, o maior de todos talvez, o direito de repousar entre os nossos entes queridos que já nos antecederam.

§ 35 – No chão amado tão amigo: no almejo único e esperando de todos os filhos desta terra, no quinhão do solo que nos destinado, última e consoladora benemerência, que os nossos corações anseiam alcançar.

§ 36 – Para sempre o seu calor sentir: esperança que reconforta no apelo que nossa alma envia a nossa terra-mãe, que nos serviu de berço, embalou os nossos sonhos de juventude, o sasonamento da nossa maturidade, consolou no inverno da nossa existência, nos receba no seu seio generoso e unidos, juntos, num derradeiro e indissolúvel abraço, fundir num só anseio de jubilo, o contentamento de eternamente, seremos descansar!

Art. 3º

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Fica instituída a Música do Município de Dourado, a qual fará parte integrante desta lei.

Art. 4º

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O executivo municipal, mediante decreto, regulamentara o uso do Hino do Município de Dourado.

Art. 5º

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Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de Dourado, aos 8 de maio de 1997.

Dr. Ídio Carli
Prefeito Municipal