Lucrécias/VI - Flora

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Agora... agora!... murmurei baixinho
Nos ouvidos de Flora, a gentil Flora!
Não ha tempo a perder, é pouco o tempo!
Dá-me o beijo de amor... agora!... agora!...
 
Agora... agora!.. que propício instante
Para o beijo de amor que Amor implora!
Esconde o rosto por detrás do leque,
Como quem não me viu... agora...agora!..
 
Há mais de um ano que este amor faminto
na esperança de um beijo se vigora!
Há tanto tempo!.. meu amor... meu anjo!
Agora... agora! dá-me o beijo... agora!..
 
Voltou seu rosto: por detrás do leque
Por um triz eu beijava a gentil Flora,
Se o maldito do pai não vem saudar-me,
Perguntando a sorrir — não dança agora?!
 
Ha mais de um ano que este amor faminto
Na esperança de um beijo se vigora;
E quando cuido havê-lo bate asas...
Leve-te a breca o pai, querida Flora!