Marília de Dirceu/IV/V

Wikisource, a biblioteca livre


Ao templo do Destino fui levado:
Sobre o altar num cofre se firmava,
Em cujo seio cada qual buscava,
Tremendo, anúncio do futuro estado.

Tiro um papel e lio - céu sagrado,
Com quanta causa o coração pulsava!
Este duro decreto escrito estava
Com negra tinta pela mão do fado:

Adore Polidoro a bela Ormia,
sem dela conseguir a recompensa,
nem quebrar-lhe os grilhões a tirania.

Dar mãos Amor mo arranca, e sem detença,
Três vezes o levando à boca ímpia,
Jurou cumprir à risca a tal sentença.