Minha Árvore

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Olha: E um triângulo estéril de ínvia estrada!

Como que a erva tem dor... Roem-na amarguras

Talvez humanas, e entre rochas duras

Mostra ao Cosmos a face degradada!


Entre os pedrouços maus dessa morada

É que, às apalpadelas e às escuras,

Hão de encontrar as gerações futuras

Só, minha árvore humana desfolhada!


Mulher nenhuma afagará meu tronco!

Eu não me abalarei, nem mesmo ao ronco

Do. furacão que, rábido, remoinha...


Folhas e frutos, sobre a terra ardente

Hão de encher outras árvores! Somente

Minha desgraça há de ficar sozinha!


(Outras Poesias, 30)