Noiva da Agonia (1893)

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Tremula e só, de um tumulo surgindo,
Apparição dos êrmos desolados,
Trazes na face os frios tons magoados
De quem anda por tumulos dormindo...

A alta cabeça no esplendor, cingindo
Cabellos de refléxos irisados,
Por entre auréolas de clarões prateados,
Lembras o aspecto de um luar diluindo...


Não és, no entanto, a tôrva Morte horrenda,
Atra, sinistra, gélida, tremenda,
Que as avalanches da Illusão govérna....

Mas ah! és da Agonia a Noiva triste
Que os longos braços lividos abriste
Para abraçar-me para a Vida. eterna.!