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O Lamento das Coisas

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Triste, a escutar, pancada por pancada,

A sucessividade dos segundos,

Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos

O choro da Energia abandonada!


E a dor da Força desaproveitada

- O cantochão dos dínamos profundos,

Que, podendo mover milhões de mundos,

Jazem ainda na estática do Nada!


É o soluço da forma ainda imprecisa...

Da transcendência que se não realiza.

Da luz que não chegou a ser lampejo...


E é em suma, o subconsciente aí formidando

Da Natureza que parou, chorando,

No rudimentarismo do Desejo!

(Outras Poesias, 1)