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O Matuto/Meu amigo

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Meu amigo,

 

Eis o Matuto, promettido ha perto de dois annos, e só agora publicado, por circumstancias que não vem ao nosso caso revelar.

Fica fóra deste livro a carta que escrevi, tendo a vista as objecções de amigos e inimigos á fundação, ou, antes ao reconhecimento de uma litteratura que suponho, sinão formada, em trabalho de formação, e a que denominei—Litteratura do norte.

Nessa carta, além de examinar as objecções, estudo á luz do criterio historico, que me pareceu mais natural e justo, a rebelião da nobreza e posteriormente a dos mercadores em Pernambuco, a qual trouxe a guerra que passou á historia com o nome de—Guerra dos mascates.

Por encurtar tempo e diminuir paginas deixo a carta na gaveta com a continuação, já prompta, da presente historia.

Si me resolver, sahirão a lume os dois escriptos na mesma occasião que, segundo suspeito, não tardará muito.

Isto não é uma promessa.

Não prometto nada, para não me arriscar a faltar, como por vezes me tem acontecido.

Tempo, circumstancias, imprevisto—eis o tudo, ou pelo menos o essencial da vida.

Rio—Maio—78.

F. T.