O Noivo (Ioannis Gryparis)

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O Noivo

Eis que vem o Noivo...
Na escuridão que se espalha ao meu redor
minha vela de prata pisca fracamente
aqui também, onde ela estava sem amigos e sozinha
Eu me afasto, me sinto como um jugo
a revolta moderna do terror.

Eis que vem o Noivo...
O porta-velas fofinho vai
na luz que o atrai, ele vai e cai•
fantasma de boa índole passa por
com um leve puxão e vai
e se afoga nas profundezas do espelho.

Eis que vem o Noivo...
A aranha com um fio de cata-vento
de preocupação tece uma rede em meu coração
como uma mão enrugada procurando por mim
das minhas entranhas as entranhas – mas nem uma partícula
Estou ofegante no meio da noite.

Eis que vem o Noivo...
E eu cubro meus olhos com força
com minhas mãos e escondo minha cabeça
no fundo da testa... e eu olho
o fantasma sem ar, que não assusto,
nas profundezas da minha alma para projetar.

Eis que vem o Noivo...
Cada momento, cada dia que você vive,
a preocupação que me permeia, ó Pothe,
multiplicando-se, aproximando-se sorrateiramente de mim: – Kartera,
eis que desaparecendo no ar reto,
além da amargura, sua alegria está aqui!

Eis que vem o Noivo...
Venha, meu escolhido, meu apertado emaranhado,
minha esperança e minha doce aceitação•
vem, meu escolhido, que eu escolho, e bebe a mim,
corar e me embelezar,
no meu medo aqui na minha alma!