O boi
Aspeto
Não espantara o Olimpo inda a temeridade
De Prometeu; a vida era um problema escuro;
Alcides não domara a Hidra, e a enormidade
Do Centauro; ladrava o oceano ao palinuro.
Robusto como o leão, não tão nobre, é verdade,
O boi de nossos pais já suportava o duro,
Áspero jugo — bom, calmo, na austeridade
De quem carrega o tempo e as messes do futuro.
Amo-o por isso; e quando ele ergue o corpulento
Torso pela mudez glauca do vale, e afina
O quadro o sol no ocaso — águia ferida em lento
Rolar, descer, cair — então parece a ruína
De enorme construção, vetusto monumento,
Do qual resta uma torre em pé, sobre a campina.