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O meu Nirvana

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No alheamento da obscura forma humana,

De que, pensando, me desencarcero,

Foi que eu, num grito de emoção, sincero

Encontrei, afinal, o meu Nirvana!


Nessa manumissão schopenhauereana,

Onde a Vida do humano aspecto fero

Se desarraiga, eu, feito força, impero

Na imanência da Idéia Soberana!


Destruída a sensação que oriunda fora

Do tato - ínfima antena aferidora

Destas tegumentárias mãos plebéias -


Gozo o prazer, que os anos não carcomem,

De haver trocado a minha forma de homem

Pela imortalidade das Idéias!


(Outras Poesias, 2)