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Os bárbaros

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Ventre nu, seios nus, toda nua, cantando

Do esmorecer da tarde ao ressurgir do dia,

Roma lasciva e louca, ao rebramar da orgia,

Sonhava, de triclínio em triclínio rolando.

Mas lá da longe Cítia e da Germânia fria,

Esfaimado, rangendo os dentes, como um bando

De lobos o sabor da presa antegozando,

O tropel rugidor dos bárbaros descia.

Ei-los! A erva, aos seus pés, mirra. De sangue cheios

Turvam-se os rios. Louca, a floresta farfalha...

E ei-los, - torvos, brutais, cabeludos e feios!

Donar, Pai da Tormenta, à frente deles corre;

E a ígnea barba do deus, que o incêndio ateia e espalha,

Ilumina a agonia a esse império que morre...

(As Viagens , VI)