— Dê licença que este senhor se vá vestir ao seu quarto — suplicou o abade.
— Sim, que se arranje com guardas à vista. — E acompanhou-os à saleta.
Quando envergava o casaco de pano piloto, o abade disse-lhe, com um gesto, que o dinheiro das Botelhas de Braga ia nas algibeiras do paletó.
O sargento perguntou que papelada era aquela que estava sobre a mesa. Leu a primeira folha e desatou a rir e a dizer ao barbaças:
— Olha que grande pândego você é! Você como se chama, ó seu coisa? — E leu alto:
Rol das mercês que Sua Majestade o Senhor D. Miguel I fez em Portugal e que se descrevem neste livro de apontamentos provisoriamente.
E na primeira página:
Marcos António de Faria Rebelo, abade de São Gens de Calvos, capelão-mor de el-rei e Dom Prior de Guimarães.
E perguntava ao abade:
— Este ratão deste Dom Prior é você, hem? Parabéns!
Em seguida: