Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/181

Wikisource, a biblioteca livre

cabeça do filho que perjurasse a bandeira do trono e do altar.

A tia Águeda, a viúva do major, tinha pouco. Desde 1828 até 1833 gastara seis mil cruzados em festejar os natalícios e as vitórias do Sr. D. Miguel com banquetes e iluminações que duravam três noites, num delírio de bombas reais e foguetes de lágrimas, com adega franca. Mandava cantar Te-Deum na igreja de Alvações assim que no pais vinhateiro soava a notícia de alguma vitória do exército fiel. Ora, os realistas, a contar por cada Te-Deum de Alvações. entravam no Porto às quinzenas para saírem por uma bªarreira e voltarem logo pela outra. D. Águeda começava a desconfiar que o Deus de Afonso Henriques voltara a casaca.

Restava-lhe pouco; mas não queria que o Veríssimo se fizesse malhado. Sacrificou-se à honra da família, levou-o para casa, deu-lhe mesa farta, e consentiu que o vadio se mantivesse regaladamente, de papo acima, tocando flauta, a trasfegar em si o resto da garrafeira. Aconselharam-na que ordenasse o sobrinho, visto que ele já