Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/201

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que tinha três portas. O palco, barrado de ferro, ainda húmido, estava ao abrigo de cobertas de chita alinhavadas umas nas outras, retesadas nas pontas por postes de pinho que rematavam em forquilhas para receberem uns varais lançados transversalmente. Havia dois mastros de castanheiro descascados, afestoados de buxos, alecrim e camélias, coroados por bandeiras vermelhas esburacadas. Parte dos mastros tinha uma lista em ziguezague pintada a zarcão, que se ia espiralando pelo pau acima, com cercadura de cruzinhas: — era obra de Cheta, um trolha inspirado que já tinha pintado um painel das Alminhas, onde havia almas do sexo fraco com grandes tetas lambidas por labaredas, e um rei coroado com a boca aberta ao acto de berrar queimado, e tamanha boca que só cedia à de um bispo mitrado, muito empertigado, com o seu báculo. O trolha ensaiara o entremez, e não entrava, porque lhe tinha morrido o pai, havia quinze dias, contava ele a um senhor de fora, desconhecido, que tinha vindo com o galã, o filho do estalajadeiro da Póvoa.

O Veríssimo foi admitido aos camarins, onde