Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/220

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sargento da escolta lhe permitisse alugar a mula de um almocreve que seguia a mesma direcção. Cavalgou na albarda da mula arreatada com chocalho, sem estribos; empunhou a corda do cabresto, e ladeado de doze praças do 8, entrou ao cair da tarde em Famalicão.

O Torres de Castelões, o administrador, legitimista no fundo, bom lavrador, mandou-lhe cama para a cadeia e permitiu-lhe que ceasse com uni amigo que o seguira de longe. Era o Nunes, o Pílades das horas certas e incertas. Orestes estava desanimado; queixava-se das fantasias do outro, considerava-se perdido.

— Pobre Libânia! — deplorava — quando ela souber que eu estou na Relação!

Como tinha alguma prática do foro criminal, o Nunes consolava-o: que não havia matéria para pronúncia; e, quando fosse pronunciado, a Relação o despronunciaria.

— Eu é que vou ser o teu procurador, se me não prenderem — acrescentava, muito confiado na lei e na sua actividade. — Quanto à fantasia do conto de réis, já não falta tudo, porque tens as cem