Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/239

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Um oficial de pedreiro de Prazins, que trabalhava com o mestre Zeferino, contoulhe que uma noite se enganara com o luar, e, cuidando que era dia nado, se levantara para ir para a obra; mas que ao passar por diante da casa do Simeão ouvira duas horas no relógio, e vira luz pelas frestas de uma janela. Que se pusera à coca debaixo de um carvalho, a desconfiar que a luz àquela hora não era coisa boa, e estivera, vai não vai, à pernas para que te quero, lembrando-se se seria bruxedo ou alma penada, porque se dizia que a Genoveva do Simeão, a que se deitara ao rio, não podia entrar no Purgatório, e morrera com o Diabo no corpo, salvo seja. Estava nisto quando a luz se sumiu, e se coou pelas frestas de outra janela, e logo depois noutra mais baixa, onde um homem podia chegar com o cabo de um machado. Nisto apagou-se a luz e abriu-se a janela de portadas sem vidros. Dava-lhe a chapada do luar; era como se fosse dia. O pedreiro, muito no escuro da ramaria do carvalho, viu apontar uma cabeça e depois meio corpo de homem, que se pôs às cavaleiras do