Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/346

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minha alma que recebera alguma parte da mirra que destilam teus lírios! Oh! se foram tão felizes meus olhos que viram a engraçada cor de tais lábios! Onde estais escondido, amado do meu coração? Não saem por esses lábios as palavras com que andais chamando pelas ruas, fortalezas e muros da cidade: algum é pequenino venha para mim? Logo, como vos escondeis desta pequenina pobre e necessitada que com tanto empenho vos busca? Suas mãos são como de ouro feitas ao torno e cheias de jacintos, todas perfeitas, todas preciosas; mas reparai, filhas de Jerusalém, e por aqui vos será mais fácil conhecê-lo, que, no meio do ouro e jacintos, tem em cada mão um precioso rubi que a passa de uma para a outra. O seu peito e entranhas são de marfim ornadas de safiras, dando a conhecer a cor celeste da safira, a branca do marfim e sua dureza, que os seus afectos são puras, cândidos, castos, virginais, fortes, celestiais e divinos, sinceros, compostos, sólidos e constantes. Ó peito de amor, entranhas de piedade, como assim vos fechais para quem vos ama? Aqui deve de haver mistério! Gostais talvez