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D. Teresa assistiu ao nascimento da primeira filha de Marta. Imaginava a irmã do vigário que no espírito da mãe se havia de operar uma benigna mudança; que o amor à filha seria diversão à saudade de José Alves; mas a medicina não esperava alteração sensível, porque era matéria corrente nos tratados alienistas que um cérebro lesado não se restaura sob a impressão do amor maternal, que só actua nas organizações normais. Porém, D. Teresa não podia crer que Marta estivesse confirmadamente louca, posto que nas suas conversações em que, raras vezes, se interessava, disparatasse, afirmando que via a alma de José Alves, como quem conta um caso trivial.

Quando lhe mostraram a filha recém-nascida, contemplou-a alguns segundos; mas nem balbuciou uma palavra carinhosa, nem fez gesto algum de contentamento. A amiga dizia-lhe coisas muito meigas da filhinha, a ver se lhe espertava o coração. Punha-lha nos braços, dava-lha a beijar. Marta cedia com tristeza e constrangimento. beijando a filha como se fora uma criança alheia.