Página:A Carne.djvu/118

Wikisource, a biblioteca livre
104
a carne

Barbedienne. Possuiria mármores de Falconet, terracotas de Clodion, netskés, velhíssimos, rendilhados, microscópicos, prodigiosos. Mirar-se-ia em espelhos de Veneza, guardaria perfumes em frasquinhos facetados de cristal da Boêmia. Pejaria os escrínios, as vide-poches de jóias antigas, de crisólitas e brilhantes engastados em prata, de velhos relicários de ouro do Porto.

Teria cavalos de preço, iria à Ponte Grande, à Penha à Vila Mariana em um huit-ressorts parisiense sem rival, tirado por urcos pur-sang, enormes, calorosos, de cor escura, de pêlo muito fino.

Far-se-ia notar pelas toilettes elegantíssimas, arriscadas, escandalosas mesmo.

Viajaria pela Europa toda, passaria um verão em São Petersburgo, um inverno em Nizza subiria ao Jungfrau, jogaria em Monte Carlo.