Página:A Carne.djvu/177

Wikisource, a biblioteca livre
a carne
163

ra nova, envernizada, destacava-se muito lustrosa na madeira carunchada, enegrecida pela fumaça. Em outro canto, fronteiro ao chalo, sobre uma mesa coxa, um oratório vetusto, de gonzos enferrujados, gastos, roído de ratos em vários lugares, muito ensebado. Pelas paredes, saquinhos de boca amarrada, samburás, porungas de pescoço, guampas de boi, cartolas antiquíssimas, sobrecasacas arcaicas, de três pontas na lapela, do tempo do rei. Por todo o chão, abóboras, pepinos maduros, espigas de milho com casca, cabos de instrumentos de lavoura, cepos de madeira, cascas de ovos, talos de couve, montes de cisco.

A porta estava apenas cerrada: abriu-se e entrou uma negra ainda moça, magra, baixinha, de olhos fundos, olhar febril. Estava vestida de cores muito espantadas, saia amarela, ca-