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a carne
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do de café. Homens de força bruta, portugueses em sua maioria, baldeiam-nos para bordo, sobre a cabeça, de um a um, ou mesmo dois, em passo acelerado, ao som, por vezes, de uma cantiga ritmada, monótona, excitativa de movimento como um toque de corneta.

Nos armazéns, vastos cimentados, manobrando pás polidas, gastas pelo uso, batem o café, fazem pilhas, cantando também.

E não deixam de ter cena elegância bárbara, com um saco vazio, sobre a cabeça, à laia de capelhar, moda árabe, talvez reminiscência inconsciente atávica.

Na praia, a poucos metros da água, um como mercado pantopolista: sobre mesas sólidas, de mármore, estendem-se alinhadas, com reflexos de aço, de prata, de ouro, os peixes admiráveis do laga-