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a carne

— Leve-me a espingarda, eu quero levar a cotia, respondeu a moça.

Installaram-se de novo na choça. Lenita carregou a espingarda, sentou-se, poz a cofia diante de si, apoiou as pontas dos pés no seu corpo macio, cravou na ceva olhares vigilantes, cubiçosos, sofregos.

Não esperou muito. Ouviu-se um estalar de ramos quebrados, e, um logo após outro, apresentaram-se dous vultos escuros, grandes, dous enormes porcos de eixo branco. Entraram no limpo da ceva confiados, lentos, magestosos, caminharam direito ao milho, trombejando, foçando, fazendo estalar os dentes. Pararam, puseram-se a comer tranquillamente, descuidosamente.

Lenita engatilhou a espingarda, quis mette-la em pontaria. Barbosa impediu-a com um gesto energico.