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a carne
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E um beijo vitorioso recalcou para a garganta o grito dorido da virgem que deixára de o ser...

Depois foi um tempestuar infrene, temulento, de caricias ferozes, em que os corpos se conchegavam, se fundiam, se unificavam; em que a carne entrava pela carne; em que fremito respondia a fremito, beijo a beijo, dentada a dentada.

Desse marulhar organico escapavam-se pequenos gritos suffocados, ganidos de goso, por entre os estos curtos das respirações cançadas, offegantes.

Depois um longo suspiro seguido de um longo silencio.

Depois a renovação, a recrudescencia da lucta, ardente, fogosa, bestial, insaciavel.

Pela frincha da janela esboçou-se um rastilho de luz tenue.

Era o dia que vinha chegando.