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a carne
Uma noute Barbosa não foi ao quarto de Lenita.
A moça passou em claro, ralada de cuidados. Pela madrugada ergueu-se e, sem se importar com a possibilidade de que alguem a visse, de que alguem a encontrasse, sem tomar precauções, foi ao quarto de Barbosa, empurrou a porta, entrou.
O pavio da vela, quasi inteiramente gasta, afogava-se em um lago de estearina derretida, que se accumulára na assucena do castiçal: a chamma vasquejava, bruxuleava, ora illuminando vivamente o quarto, ora desapparecendo, quasi, submergindo tudo em trevas.
Barbosa estirado de costas, na cama, com as mãos a comprimir as temporas, gemia. Lenita debruçou-se.
— Que tem? Que é isto? Perguntou-lhe.