Página:A Carne.djvu/96

Wikisource, a biblioteca livre
82
a carne

—Uma! duas! três! cinco! dez ! quinze! vinte! vinte e cinco!

Parou um momento o algoz, não para descansar, não estava cansado; mas para prolongar o gozo que sentia, como um bom gastrônomo que poupa um acepipe fino.

Saltou por cima do negro, tomou nova posição, fez vibrar o instrumento em sentido contrário, continuou o castigo na outra nádega.

—Uma! duas! três! cinco! dez ! quinze! vinte! vinte e cinco!

Os uivos do negro eram roucos, estrangulados: a sua carapinha estava suja de terra, empastada de suor.

O caboclo largou o bacalhau sobre o estrado do tronco e disse:

—Agora uma salmorazinha para isto não arruinar.

E, tomando da mão do administra-