Página:A Confederação dos Tamoyos.pdf/107

Wikisource, a biblioteca livre
CANTO III.
85

Co’o pallor do planeta contrastando.
Mal perturba o silencio das fileiras
O brando sopro das nocturnas auras,
Que as folhas estremecem murmurando.
Oh que sagrado horror nos peitos lavra
De quantos alli ’stão! Do vate o aspecto
É de um phantasma que apparece em sonhos,
Ou dos genios malignos que se antolham
Em solitaria noite ao peregrino.

Olhos espavoridos pelo campo
Elle vibra, e depois na lua os fita.
Descruza os braços e p’ra o céo os ergue;
Bronzea, tonante voz, rouca e medonha,
Sóbe do peito aos labios arquejando,
E troveja este cantico de guerra:

« Gloria, gloria a Tupan! Sua voz trôe
Desde a cabana erguida na montanha
Té nos covís reconditos das feras.