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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Pela terceira vez isto dizendo,
Como certo de ser obedecido,
Incha as bochechas, firma os olhos rubros.
E tres vezes assopra a Tangapema.
Oh infernal prodigio! Eis de repente
Sobre as forquilhas estremece a clava,
Como sobre o altar do sacrificio
A victima estremece quando o ferro
Lhe abre o ventre e as entranhas lhe revolve,
P’ra dar algum presagio ao Adevinho.
Estalam, arrebentam-se as embiras,
Sem que visivel mão a clava toque.
Eil-a já solta das prisões que a atavam,
E em torno a si gyrando, ao céo se eleva
N’uma linha espiral que a prumo sóbe,
Deixando boqui-aberta o vulgo ignaro.
Só Aimbire de colera roxeia,
E espera conjurar o vaticínio
Si contrario elle fór ao seu intento.

Sóbe a clava zunindo como a pedra
Pela funda com força arremessada: