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CANTO VI.
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Posto que de seu brilho um pouco escassas,
Porque as mãos dos mortaes tudo profanam.

« Como a agua da fonte pura emana,
Mas no seu deslizar, sempre agitada,
De terra envolta, a transparencia perde;
Tal o supremo bem, a sã verdade,
Emanação de Deos á intelligencia,
No tropel das paixões, que se ante-elevam,
Perde um pouco o fulgor e empallidece:
Mas um só raio da verdade eterna,
A caligem dos erros rechaçando,
Basta para accender um sol de vida.
E esse sol brilhar deve nestes climas!

« Indio, si amas a terra em que nasceste,
E si podes amar o seu futuro,
A verdade da Cruz acceita e adora.
Que importa quem a traz ser inimigo,
Si o bem fica e supera os males todos!