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CANTO I.
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Mal a voz – Comorim – soou ao velho,
Subito elle estremece; olha, procura
Reconhecer o incognito guerreiro
Que tal nome soltou. A voz lhe escuta,
Mede-o todo; e depois qu’elle se cala:
– Aimbire! não és tu?
    – Sim sou Aimbire!
E o Cacique, lançando-se em seus braços,
O aperta contra o peito; encara-o e chora,
E de novo o aperta uma e mais vezes.

– Aimbire! tu aqui… Ah, quem te disse,
Como soubeste qu’eu perdi meu filho,
Teu amigo da infancia, o meu querido,
O meu bom Comorim?…
    « Que! pois é elle?
Elle?… o meu Comorim?… é elle o morto
Que alli jaz?… Comorim: como morreste?
Tu tão moço, tão bravo, e tão robusto?
Quem um putumujú te não julgára, 7
Em força, em duração, como em belleza?