Chuva de flores
I
Passa o destino, em nuvens condensadas,
dançando pelos mundos, sem cansar,
e do jardim de estrelas, ás braçadas,
myríades de flores lança no ar,
lindas, alegres, tristes ou fanadas.
As sementes das flores vêm tombar
na vida que desponta, e mergulhadas
ali, ficam p'ra sempre a germinar.
Eis o que faz a dança do destino:
No ar que se respira em pequenino,
faz-nos beber a flor da nossa sorte.
Seja a violeta, a rosa, o cravo, o lirio,
o goivo, o malmequer, ou o martyrio,
floresce, sempre, em nós até á morte!