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A ESTRELLA DO SUL

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esse velho doido? exclamou John Watkins verdadeiramente furioso. Mas isso é demencia, senhor! É demencia!

— Ora! respondeu Cypriano, que quer o senhor que Jacobus ou outro qualquer faça de um diamante cujo valor, para quem não sabe a sua origem, é pelo menos de cincoenta milhões? Cuida o senhor que seja facil vendel-o em segredo?

Este argumento parece que convenceu mister Watkins. De certo, não devia ser facil desfazer-se uma pessoa de um diamante de tal preço. Comtudo o fazendeiro não estava socegado, e daria muito, sim... muito!... para que o imprudente Cypriano o não tivesse confiado do velho lapidario... ou pelo menos para que o velho lapidario já tivesse voltado ao Griquaand com a preciosa gemma!

Mas Jacobus Vandergaart tinha pedido um mez, e, por mais impaciente que estivesse John Watkins, era preciso esperar.

Escusado será dizer que nos dias seguintes os seus commensaes habituaes, Annibal Pantalacci, herr Frudel, o judeu Nathan, não se privavam de cortar na casaca do honrado lapidario. Muitas vezes fallavam d'elle na ausencia de Cypriano, e sempre para fazer notar a John Walkins que o tempo ía correndo e que Jacobus Vandergaart não apparecia.

— E para que havia elle de voltar ao Griqualand, dizia Friedel, se lhe é tão facil guardar aquelle diamante de tamanho valor, e que em nada mostra por agora a sua natureza artificial?

— Porque não achava quem o comprasse! respondia mister Watkins, reproduzindo o argumento do joven engenheiro, não obstante não estar muito descansado com elle.

— Ora! boa rasão! dizia d'ali Nathan.

— Está claro! boa rasão! acrescentava Annibal Pantalacci ; creia isto, o velho crocodilo já está bem longe a esta hora! Não ha nada mais facil, principalmente para elle, do que des-