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VIAGENS MARAVILHOSAS

— E o official de policia fez alguma busca na cubata? insistiu o fazendeiro.

— Fez, sim, respondeu Cypriano, e nada achou que podesse pôl-o no rasto do fugitivo.

— Oh! exclamou mister Watkins, dava quinhentas libras e até mil para que o apanhassem.

— Comprehendo isso bem, senhor Walkins! respondeu Annibal Pantalacci. Mas receio que não tornemos a ver nem o seu diamante nem aquelle que o furtou!

— E então porquê?

— Porque Matakit, respondeu Annibal Pantalacci, depois de se safar d'aqui não ha de ser tão tolo que se demore no caminho! Ha de atravessar o Limpopo e metter-se pelo deserto ; ha de ir até ao Zambeze ou ao lago Tanganyka, até aos Buchimanos, se for preciso !

O astucioso napolitano fallando assim dizia sinceramente o que pensava? Ou não tinha a idéa de por aquella forma impedir que perseguissem Matakit, com o fim de reservar elle para si esse cuidado? Eis o que Cypriano pensava comsigo ao mesmo tempo que observava o figurão.

Mas mister Watkins não era homem que abandonasse a partida com o pretexto de que o jogo era difficil. Com certeza teria sacrificado toda a sua fortuna para tornar a haver ás mãos a incomparavel pedra, e os seus olhares impacientes e enfurecidos dirigiam-se atravez da janella aberta até às margens verdejantes do Vaal, como se tivesse esperança de ver ainda lá o fugitivo!

— Não! exclamou elle, isto não pode acabar assim!... Quero o meu diamante!... É preciso agarrar a quelle desavergonhado!... ah! se eu não padecesse de gotta, não havia de ser preciso muito tempo, palavra !

— Pae!... dizia Alice procurando fazel-o socegar.