Saltar para o conteúdo

Página:A Intrusa.djvu/131

Wikisource, a biblioteca livre

Sempre gostei de vencer dificuldades...

– Eu sou muito mais fraca...

– Deixa isso por minha conta...

– Mamãe!...

Sinhá fez-se vermelha e não conseguiu dizer mais nada. Aquela palavra dita em tom de súplica parecia tê-la engasgado. Estava com os olhos cheios de água.

A Pedrosa continuou:

– Trabalharei para a tua felicidade, como tenho trabalhado para a felicidade de teu pai. Digo-te isto só a ti e exijo que o não repitas a ninguém! É uma lição de experiência, que te deve aproveitar. Infelizmente, no mundo só os espertos alcançam bom lugar. Quem não tiver cotovelos, não se meta nas multidões...

– Outro adágio, mamãe?

– Não é, mas pode servir... O padre Assunção ainda há de fazer o vosso casamento; e quero-lhe então ver a cara! Acha o pateta tão justo que o amigo esgote a mocidade a choramingar pela mulher defunta!

– Deve ser bom ser chorada assim!

– Qual o quê! nem a outra vê nada! Ela já em vida parece que não via grande coisa... Era tão vaga... tão vaporosa!

– Bonita?

– Hum... Delicada... Precisamos arrancá-la do coração de Argemiro.