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– Pode saber-se quais são as suas intenções?

– Ser amada por ele e explorá-lo.

– Eu já desconfiava!...

– Não se apoquente... ela será desmascarada a tempo... Não é livre... ama um rapaz pobre... com quem se encontra furtivamente... A senhora receberá uma carta...

– Que mais?

– O mais não digo; a senhora poderia ficar impressionada, sem vantagem... Seja prudente... queime a carta que receber... e esteja alerta... não convém intervir já... espere um pretexto, que não se fará esperar muito... a sua inimiga tem recursos...

– Se tem!

– E já conseguiu muita coisa... Recomende a seu genro cuidado, sobretudo com uns papéis lacrados que ele tem encerrados em um cofre!

– Tenciona roubá-lo?!

– Por hoje não lhe posso dizer mais nada – concluiu d. Alexandrina, cerrando os olhos.

A baronesa saiu tonta. Era a primeira vez na sua vida que se abalançava para consultar uma adivinha. Envergonhava-se do seu ato; o marido censurá-la-ia... fora ali buscar um pouco do sossego e saía em maior confusão – aterrada!

Fizera mal até então em não acreditar nas