que ficassem todos com ele: a casa tinha quartos para hóspedes. Nenhum aceitou. Caldas confessou que não sabia dormir no Rio senão em cama feita pela sua ménagère e o padre Assunção afirmou que a mãe não se deitaria senão depois de o ver entrar.
A partida prolongou-se até as onze horas, em que deixaram os baralhos e Armindo foi afastar as cortinas para olhar para a rua através dos vidros das janelas.
– Chove ainda! E deve estar frio lá fora! Parece-me que estou em Curitiba!
Padre Assunção, voltando-se para o dono da casa, disse:
– Amanhã terei de ir à casa de tua sogra; queres alguma coisa para a nossa Maria?
“Nossa Maria” era como o padre chamava a filha de Argemiro, a quem batizara e adorava.
– Nada... eu irei vê-la no domingo. Quero ver se para a semana ela vem passar uns dois dias comigo.
– Aqui?!
– De que te espantas?
– Ora essa! Com quem a deixarás, quando tiveres de sair?
– Vais-te rir... Botei hoje um anúncio no Jornal, pedindo uma moça para tratar da casa de um viúvo só.
– Estás doido! Não caias nessa asneira... Olha que chamas o perigo para casa.