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Página:A Intrusa.djvu/215

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– Mentes; não achas natural. Tu percebes tudo tão bem como eu.

– Direi mais: acho que faz bem.

– Em espionar-me?!

– Defender-te.

– Quem me ameaça?

– A tua imaginação.

– Vocês são todos uns imbecis!

– Talvez...

– Meteu-se-lhes uma asneira na cabeça e é ali! Eu sempre quero saber que mal fez a pobre moça à minha sogra! E a vocês todos, que a guerreiam... mas guerreiam por quê? Porque traz a minha casa alegre, cheirosa, bonita, limpa; porque economiza o meu dinheiro, fazendo-me passar bem como nunca, e ainda corrige a minha filha de feios vícios de educação! A eterna malícia faz disto um enredo e mete-se-me no caminho para me perturbar. Tu sabes que eu quero muito à minha sogra; depois da morte de Maria redobrou por ela o meu afeto e a minha consideração... Sabes que tenho um grande prazer em vê-la, em estar a seu lado, em chamar-lhe mamãe... como uma criança... como minha mulher fazia... Sabes que sou fiel ao passado e ao juramento que fiz; sabes tudo isso e sabes também que sou profundamente egoísta, que amo a ordem, o silêncio, o sossego, o conforto e a liberdade! A liberdade, sobretudo! Aquela criatura que tenho em casa não é