fugitivas, o recorte azul das montanhas afastadas, que lhe era doce contemplar da sua varanda ao pôr do sol, afiguravam-se-lhe bem perdidos para sempre, como se não de bairro, mas para outro país estivesse de mudança!
– Arre! – exclamou o barão, sem poder sofrear uma praga, a um arranco do carro, que lhe abalou todas as vísceras.
– Tem paciência, meu velho! – aconselhou a baronesa, voltando-se para ele não menos abalada.
– O Feliciano escolheu o carro pior que encontrou! Decididamente...
Outro balanço cortou-lhe a frase e o barão suspirou, lamentando de si para si a perdida liberdade da chácara, vigiando as suas plantas, os viveiros de pássaros, os seus estudos de botânica, práticos, gostosamente feitos pelas orvalhadas das madrugadas de maio! Desacostumara-se a olhar para as paredes, odiava a cal.
– O mar! – gritou Glória com alegria.
O carro entrara no cais da Lapa.
A baronesa demorou o olhar sobre a neta. Estava certa de que ela a atrapalharia... era um obstáculo à execução dos seus planos. Depois cerrou as pálpebras, sem querer ver a rua por onde a sua Maria passara rígida, fechada à chave, entre galões de ouro, caminho do Caju...
Desde esse dia que não tornara àquele bairro,