Penetrou na saleta com o mesmo silêncio prudente. As lágrimas estavam-lhe na garganta. Glória embarafustou pela casa, à procuara de d. Alice. O barão sentou-se em frente da mulher e do genro, enxugando a calva, úmida, com movimentos nervosos.
Argemiro esperava...
Cansou-se. O constrangimento dos velhos fez-lhe pena. Começou:
– Esta casa é a mesma de há oito anos, menos, muito menos alegre, mas igualmente sua. O que lhes peço é que se dirijam à governanta, d. Alice, que tem plenos poderes para qualquer determinação, e com ela se entendam sobre tudo o que desejarem. É uma moça distinta e a sua convivência espero que lhes seja tão agradável quanto a sua gerência nesta casa me é útil...
Estas últimas palavras disse-as todas voltado para a sogra, que o ouvia sem pestanejar e muito séria. Ele continuou:
– Como sabem, esta senhora vive nesta casa sem que eu a conheça; e já agora manterei até o fim esta situação que parecerá esquisita a toda a gente, menos aos senhores... É um ponto sobre o qual não desejo insistir e por isso limito-me a pedir-lhes que a tenham na conta mais de uma amiga da família, proveitosa principalmente à minha filha, do que de simples despenseira...