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Página:A Intrusa.djvu/234

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por uma família adentro, como por um hotel, sem cerimônia! Para que tinha vindo? Para verificar um fato já conhecido?... Não estariam ainda a tempo de voltar para trás, para a felicidade silenciosa das suas velhas mangueiras, e das suas águas fugitivas?

Isso seria razoável, se não houvesse a vingar a doce Maria, tão abandonada... Pobre filha, ter o seu lar, o seu lugar, invadido por uma intrusa de má morte... O Rio de Janeiro era, decididamente, a capital da perdição. Quem lhe dera ter nascido e vivido numa vila inculta, sem outros rumores que os dos ribeiros, do vento ou do sino da ermida branca e sossegada! Aquela saleta... sim... A mobília era a mesma... Mas tinha outra disposição... E haviam acrescentado alguns objetos novos... tapetes... quadros... idéias de mulher voluptuosa!

Argemiro, sempre que saía, tocava a campainha elétrica da porta de um modo especial, como um aviso a Alice para que ela pudesse circular à vontade por toda a casa.

Era a única comunicação que lhe fazia diretamente sem perceber que sentia certo contentamento ao executá-la. E a campainha tilintou na casa silenciosa.

Os velhos contemplavam-se interrogativamente, ainda na saleta, ambos tristes e constrangidos, quando Glória entrou na sala pela mão da governanta.