Glória bateu palmas com alegria, mas de repente tornou-se séria, olhando para uma roseira completamente coberta de flores.
– Queres um ramo?
– Não. A última vez que fomos ao cemitério encontramos uma porção daquelas rosas no túmulo da mamãe... Foi o senhor! E vovó pensou que tivesse sido papai!...
– Foi teu pai... Levou-as daqui... Mas não lhe digas nada, que ele não gosta que se fale nisso! Olha para o mar!
– O seu jardim é muito pequenino!
– Basta para mim... Olha este rainúnculo...
Enquanto Assunção fazia Glória ver as suas flores, d. Sofia conversava com Alice. Mandara subir os pequenitos. A moça pusera um nos joelhos e anelava os cabelos do outro carinhosamente.
Que se dizia? Menos do que se adivinhava. A simpatia nascera logo entre ambas. Assunção pousou por um instante os olhos nelas e desviou-os para além, para o infinito... Tinha sido aquele o sonho da mãe: uma mulher moça a seu lado, cercada de crianças lindas...
A tarde morria afogada em azul. Já no céu brilhava a meia lua, e uma neblina prateada vinha da barra, cobrindo o mar.
– É tarde, Glória...