– Eu sou hóspede. É ela quem põe e dispõe aqui.
– É a dona da casa!
– Tal qual.
– E achas isso tolerável?
– Perfeitamente. É paga para isso.
– Ele deve chegar?...
– Amanhã, às oito da manhã!...
– São?...
– Três horas da tarde.
– Tão pouco tempo!
– Achas pouco?! Repara que há um mês e dois dias que ele partiu; e para quem conhece os hábitos do Argemiro, faz espantar tamanha demora...
– Fugiu de nós...
– Já pensei nisso...
– E eu que o amava como filho!
– E ainda lhe queres muito bem.
– Não...
– Lembras-te de ser sogra, quando já não o és...
– Sou.
– Em vida de Maria o teu genro era para ti um deus!
– Porque fazia a sua felicidade. Mas agora traiu-a... Vamos lá para baixo. Onde estará Glória metida? Amanhã... ele volta amanhã... e eu tenho sido tão cobarde... não sei o que me dá, quando vejo aquela mulher! Delambida. E embaixo daquela pele