em que boiavam uma grande decepção e uma terrível dor.
– Ah, se papai estivesse aqui!
O barão apressou-se, agarrado à neta; mas ao aproximar-se do quarto estacou. Não devia entrar. Em vão a neta o impelia, suplicando-lhe que interviesse.
Ele sabia. A mulher não cederia por nada desta vida. O mal estava feito; para que recomeçá-lo?
Não conseguindo abalar o avô, Glória avançava sozinha para o quarto, afrontando tudo, quando a baronesa saiu, hirta, com os lábios afinados e pálidos, os olhos circulados de roxo. A menina recuou espantada. Nunca a avó lhe parecera tão alta.
– Que estás fazendo aqui? Eu não te disse que não tornasses a pôr os pés neste quarto?! – rugiu ela ao topar com a menina.
– Vovó...
Mas a avó não quis ouvi-la, e agarrando-a por um braço foi-a levando, numa fúria.
O marido, metido num vão de janela, não a interrompeu, temendo exacerbá-la com as suas ponderações. Passado o ofego do desabafo, ela se explicaria.
Apiedava-se de um rumorzinho de choro que lhe parecia perceber agora no quarto de d. Alice. “As mulheres são terríveis,” – pensava ele – “devoram-se umas às outras, como animais de espécie diferente...