Página:A Intrusa.djvu/282

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não quer lá dentro senão a imagem da filha.

– E não existe outra. Está farta de saber que eu não conheço esta mulher. Já enfada dizer e ouvir isto: nunca a vi! Nunca!

– Mas gostas de senti-la... há pouco o disseste. Avisei-te do perigo, procurei afastar-te... conheço a tua imaginação; mas fui tão fraco que não consegui o que deveria ter conseguido... Não faz mal.

– Em vez de imaginação dize: egoísmo. Aterra-me a idéia de voltar à desordem antiga... aos roubos do negro... à negligência da casa, ao desperdício da despensa. Era um inferno. É só isso que me incomoda... mais o abandono de minha filha... Não terei remédio senão pô-la num colégio... Eu não tenho tempo de me ocupar de tantas coisas e já tenho abusado muito da tua amizade. Estou atarantado... Vê se me salvas! Só tu!

– Antes de mais nada, logo que chegarmos sobe ao teu quarto, com o pretexto do descanso, banho e mudança de roupa. Entretanto eu irei falar a d. Alice. Ela me dirá a verdade... Prepararei o terreno.

– Contas com a sua sinceridade?

– Absolutamente. É uma mulher simples.

– Mais uma virtude... E depois? É natural que meus sogros desejem falar primeiro... Enfim, o que for