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das venezianas do seu quarto, ver se descortinava o vulto ao menos da sua governanta. Chegava-lhe a curiosidade pela sua pessoa. Um desejo de matar saudades de uma desconhecida! Voltou para o interior do quarto. Em cima da sua mesinha estava uma carta fechada, sobrescrita por mulher.

“Quem sabe se será a sua despedida?” – pensou; e abriu-a com presteza. Leu:

”Meu amigo:
Fui pedida em casamento e desejo apresentar-lhe o meu noivo. Estou radiante! Venha.
Sinhá.”

Sinhá... o pavilhão japonês... Fechava-se o pano sobre essa fantasia, cujo interesse se deixara todo para o fim. Estimava a felicidade da moça. Levar-lhe-ia uma prenda que o lembrasse no seu lar, eternamente. Era feliz, essa. Começava. E ele? Estava no fim. Sem destino, aborrecido, cansado... eansioso!