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Página:A Intrusa.djvu/289

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Assunção quedou-se atônito diante da moça.

– Não se admire; os meus serviços deixaram de ser precisos, já sou demais aqui.

– Mas...

– Pressenti no senhor um amigo, e sei que me defenderá mais tarde. Isto já é uma compensação! Daqui a duas horas sairei desta casa...

A voz tremeu-lhe, um rubor cobriu-lhe as faces, e concluiu:

– Logo que tenha feito as contas com o dr. Argemiro...

– Supus que a resolução tivesse sido sua, e por isso procurei-a em primeiro lugar, desejando convencê-la a mudar de idéia...

– Enganou-se... Fui posta na rua, e se não fosse corajosa teria abandonado ontem mesmo o meu posto. Não quero que saiba pela minha boca o que se passou. Outros lho dirão. Só lhe peço uma coisa: afirmar que eu sou uma rapariga absolutamente honesta, se acaso ouvir qualquer alusão desairosa...

– Não ouvirei; todos a consideram aqui e eu sei bem quem a senhora é. Estive em sua casa.

– O senhor!

– Mas não disse a ninguém. Descanse. Permita que a deixe, para ir falar à baronesa. Vejo que era a ela que eu me deveria dirigir primeiro... Em todo o caso, prometa-me não sair sem falar com o Argemiro.