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dá-lhe toda a soberania e é um cordeiro. O bom velho fez esquecido o mau rapaz...

Argemiro reparou que ainda tinha nas mãos distraídas um lequezinho de papel apanhado à entrada do vagão. Revirou-o entre os dedos: tinha uma vareta quebrada, unida às outras por um fio de linha.

– Deve ser daquela moça que se remexeu há bocado procurando qualquer coisa... Pensei que lhe tivessem roubado o relógio!

– Talvez faça falta...

Era dela. Argemiro, ao entregar-lhe o leque, notou-lhe um movimento de alegria mal disfarçada. Voltou a sentar-se e Caldas instou:

– Influi teu sogro a vender as suas terras em Minas. O Barreto pediu-me para organizar uma colônia suíça, para a indústria dos laticínios... e convém lhe adicionar às dele as terras do barão. Dão-lhe resultado?

– Filho, não sei. Meu sogro é um homem calado e eu fujo de mostrar interesse por questões de dinheiro. Mas onde diabo vais tu arranjar suíços?!

– À China, talvez... que pergunta! Irei à Suíça, homem!

– Sempre arranjas uns negócios!

– Nunca os procuro. Eles entram por seus pés em minha casa; aí, ou os recebo ou atiro-os pela porta afora. Fica certo que negócios procurados não prestam. Não há nada como um