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acolá um ou outro ponto dos campos mal tratados, onde em gramados secos trilhas barrentas descreviam linhas tortuosas.

– Isto é desconsolador... – observou Argemiro, apontando para a extensa pradaria, onde em vários trechos se agrupavam casinhas feias.

– E este trem poderia rolar entre pomares cheirosos. O Brasil é a terra da flor esquisita e da fruta saborosa. De um lado e de outro destas estradas, se tivéssemos camponesas e agricultores de bom gosto, veríamos, Argemiro, lindas orquídeas suspensas na galharia de árvores frutíferas. Olha bem para aquilo! É preciso não ter absolutamente gosto nem instinto, para se fazer uma cerca assim, de paus tortos, aqui no país do bambu. Do lindíssimo bambu! Ah! o japonês! que povo feliz e aproveitador... Vou lembrar ao Barreto instalarmos aqui uma colônia de japoneses, com a condição de fazerem eles mesmos as suas casas e trazerem muitas musmés bonitas...

– Condição essencial!

– E que tu com toda a tua viuvez aproveitarias melhor do que eu...

– Aprecio pouco o tipo e detesto a raça...

Adiante, o grupo de rapazes aumentara com outros sujeitos, que, abandonando os seus lugares, tinham vindo discutir a eleição do clube. Um dos moços, no calor da discussão, sentara-se no braço do banco em que viajava a senhora de cabelos