– Era só o que faltava... Glória dormir fora de casa, entregue a uma mulher saída Deus sabe de onde! Uma mulher de anúncio! Uma... – a baronesa conteve-se; e depois de uma pausa, em que bateu com o garfo na mesa: – É velha, ao menos, essa criatura?
– É moça...
– Hein?!
– Tem vinte e poucos anos.
– Não é possível, Argemiro, ter essa mulher em casa!
– Por quê?!
– Não é conveniente...
– Pois já lá está. Entrou esta manhã.
– Poderá sair esta noite...
– Não. Eu já esperava esta tempestade, e pela milésima vez direi isto: eu não podia dispensar em casa uma pessoa que soubesse dirigir os meus criados, coisa de que eu sou incapaz. Reparem bem para o Feliciano. Veste-se no meu guarda-roupa, fuma os meus charutos, folheia as minhas revistas e serve-se da minha carteira muito melhor do que eu! Os outros, por seu lado, roubam como podem e trazem o serviço mal acabado, feito por favor... Além disso, eu quero ter minha filha à minha mesa, uma vez por semana, ao menos, e não podia deixá-la só, entregue a homens, e que homens! Concordem que não é exigir muito!
– Pois sim! Fizesse tudo isso, mas arranjasse governanta